Cada vida, uma lição. Cada história, uma revolução.
Ah, se você pudesse ver o brilho nos olhos dos nossos estudantes do CIEJA Santana Tucuruvi! É ali, no calor das trocas, no acolhimento das salas de Educação de Jovens e Adultos (EJA), que nasceu um projeto tão bonito quanto necessário: “Tecendo Histórias: Educação, Tecnologia e Identidade na Escrita Biográfica na EJA”. Sob a batuta curiosa da professora Vanessa Nunes (sim, eu mesma!), esse projeto brotou do desejo profundo de conhecer a história dos estudantes e dar voz às trajetórias incríveis que muitas vezes ficam silenciadas pelas urgências da vida.
Aqui, cada estudante é autor da própria história. E não estou falando apenas de palavras no papel — estou falando de coragem, de memórias resgatadas, de identidade reconstruída e de autoestima florescendo. Porque na EJA a gente aprende, sim, a mexer no computador, mas aprende sobretudo a se reconhecer como alguém que importa, que tem o que contar, que merece ser escutado.
Inspirados na educação libertadora de Paulo Freire — esse mestre que nos ensinou que ensinar é um ato de amor e rebeldia —, usamos a tecnologia como ponte. Uma ponte linda entre o que fomos, o que somos e o que ainda podemos ser. Nossos encontros foram recheados de leituras, reflexões, conversas boas e, claro, muita escrita. Escrevemos nossas biografias, inspirados por vidas reais do Museu da Pessoa e pelo comovente Raimundo, personagem do romance A palavra que resta, de Stênio Gardel.
Cada linha escrita foi uma janela aberta para o mundo. E que orgulho foi ver esses textos ganharem vida digital e seguirem rumo ao acervo do Museu da Pessoa! Agora, cada estudante está eternizado em um espaço que valoriza gente de verdade — gente como a gente.
Mais do que um projeto de informática ou de escrita, “Tecendo Histórias” foi um abraço coletivo, um espelho em que cada um se viu com mais carinho e verdade. Foi um convite para dizer: “Eu existo, e minha história vale a pena ser contada”.
Quer um conselho de professora? Leia essas histórias com o coração aberto. São repletas de força, ternura e sabedoria. E depois, quem sabe, você também não se inspira a contar a sua?
Porque, no fim das contas, é isso que a educação faz de mais bonito: liberta, acolhe, transforma.
Prof. Vanessa Nunes
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