A PLAYLIST DA MINHA VIDA
EXPOSIÇÃO DOS ESTUDANTES DOS MÓDULOS 3 E 4 DO ANO DE 2024
Tudo começou com perguntas simples, mas que atravessam o tempo: o que é a música? De onde ela vem? Como ela se organiza? Estudamos a teoria musical, visitamos suas origens e percorremos sua história, compreendendo a música não apenas como técnica, mas como linguagem afetiva, ancestral, social. Ouvimos juntos obras clássicas e experimentais, canções populares e contemporâneas, passando pelo rap, MPB e muito mais — abrindo ouvidos e coração para a escuta atenta e para a apreciação da diversidade musical.
No entanto, foi no momento da criação que o projeto se desdobrou de forma mais potente. Inspirada no podcast da atriz Fernanda Torres, A Playlist da Minha Vida — em que convidados contam suas trajetórias por meio de músicas que marcaram suas vidas —, propus um desafio aos estudantes: escolher cinco músicas que acompanhassem sua jornada pessoal, da infância até o presente.
A partir dessa seleção, nasceram histórias. Cada música se transformou em um card narrativo, onde o estudante escreveu uma lembrança, uma fase, um sentimento e, sobre um papel vegetal, criaram uma capa — uma espécie de capa de disco, feita à mão — como o nome da música e uma imagem que simbolizasse o que aquela canção representava em sua trajetória. O papel vegetal, translúcido, permite vislumbrar camadas — como se diz da própria vida, feita de sobreposições, de lembranças que se revelam e se escondem.
Com esses materiais em mãos, construímos juntos um móbile para cada estudante: uma pequena instalação suspensa, onde texto, imagem e música dançam no ar como fragmentos de vida em movimento. Cada móbile é único. Cada playlist é um mundo.
Nesta exposição, mais do que contemplar, o visitante é convidado a escutar com atenção. Escutar as vozes que se atravessam por dentro das músicas. Escutar a coragem de quem se dispos a olhar para dentro e compartilhar suas vivências através da arte.
A PLAYLIST DA MINHA VIDA é, acima de tudo, um exercício de memória, de sensibilidade e de construção de identidade. É a prova de que a arte — nesse caso, a música — pode ser ponte, espelho, refúgio e reencontro.
Seja bem-vindo a essas histórias sonoras. Que cada uma delas possa ressoar em você, como quem reencontra, em outra vida, um trecho da sua própria canção.
Prof. Carla Tiemi
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