Desde o início desse ano, temos nos debruçado em uma ação coletiva entre Educadores e Equipe Gestora, em pensarmos em um currículo que revele nossas concepções enquanto escola, responsáveis pela escolarização de jovens, adultos e idosos, pessoas com e sem deficiência que possuem o direito a uma educação inclusiva, integral e equânime, tal qual, delineia o Documento Currículo da Cidade.
Nossas concepções se revelam na escrita coletiva dos PEAs (Projeto Especial de Ação - horário de formação efetiva de todo o grupo), na escrita também coletiva do nosso PPP (Projeto Político Pedagógico) que reverbera as vozes de todos que da escola fazem parte: educadores, funcionários, alunas e alunos, equipe gestora, estagiárias, pais de alunos, enfim, nesse movimento todos nos tornamos corresponsáveis pelo que aqui fazemos e construímos.
Em outras postagens, já mencionei a importância da territorialidade e da apropriação desse espaço que constitui e constitui-se de nossas identidades... fazer parte da DRE Jaçanã/ Tremembé é uma marca, ser educadores do CIEJA é outra peculiaridade que nos transforma, nos desafia, nos enriquece.
Saber que em nossa DRE há apenas dois CIEJAs: Santana/ Tucuruvi e Vila Maria/Vila Guilherme é um privilégio e um estímulo para que o trabalho seja pensado cada vez mais nas especificidades dessa modalidade e por que não proporcionarmos o compartilhamento de saberes entre esses dois territórios?
Foi com essa intencionalidade que ocorreu em
21 de Março a nossa
1ª Reunião Pedagógica entre CIEJAs:
Santana/ Tucuruvi e
Vila Maria/ Vila Guilherme
Uma educação pensada a muitas mãos, traz diferentes percepções, diferentes realidades, onde cada qual, fala a partir do chão de sua escola, do seu lugar de fala... e isso é bom!
Pensar sobre o Currículo, o Currículo na EJA, mais especificamente nos CIEJAs é considerarmos nossas singularidades, respeitarmos nossas especificidades e trazermos para o coletivo nossos saberes para o enriquecimento do nosso trabalho.
Primeiramente decidimos que o local da Reunião se daria em nosso CIEJA, recepcioná-los de maneira acolhedora seria então o nosso mote.
Compartilhamos com o nosso grupo de professores a ideia da Reunião conjunta entre CIEJAs e trouxemos o provérbio chinês para ilustrarmos esse momento:
Se dois homens vêm andando por uma estrada, cada um com um pão, e, ao se encontrarem, trocarem os pães, cada um vai embora com um. Se dois homens vêm andando por uma estrada, cada um com uma ideia, e, ao se encontrarem, trocarem as ideias, cada um vai embora com duas.
Provérbio Chinês
O grupo acolheu a ideia e a partir daí partirmos para o planejamento da nossa Reunião Pedagógica InterCIEJAs.
Ao planejarmos nossa Reunião, tivemos o cuidado de pensarmos em uma pauta que contemplasse ambos os grupos, desde a acolhida, nutrição estética, apresentação dos espaços e como não poderia faltar, um aprofundamento teórico.
Ao conversarmos, percebemos que compartilhamos angústias e desafios semelhantes, tendo como pano de fundo o Currículo da Cidade, uma característica que tem mudado de maneira considerável o perfil dos CIEJAs é o crescimento de matrículas de jovens entre 15, 16 e 17 anos recém saídos das EMEFs. Quais são as expectativas desse público? O que esperam da escola? Qual o nosso papel mediante as mudanças apresentadas? A tecnologia pode ser considerada como uma aliada para o nosso trabalho? Ou é uma vilã, que deve ser abolida, afinal acabam por distrair os jovens do foco central das aulas?
E os alunos mais experientes? Como fazem parte dessa inclusão/exclusão digital? Como poderemos trabalhar diferentes linguagens a fim de incluí-los de maneira significativa?
Dia 21 de Março, às 14h preparamos tudo para recebê-los em nosso CIEJA.
A nossa Coordenadora Geral Patrícia Hypoliti começou agradecendo a presença de todos e manifestando sua alegria pelo encontro e pelas possibilidades que ali se abriam.
A Coordenadora Geral Suely Hatada do CIEJA Vila Maria, também agradeceu o convite e colocou a importância de momentos como esses para nossa formação, contando um pouco sobre sua experiência.
Eu, retomei com o grupo a nosso proposta inspirada no provérbio chinês, de que nosso encontro era o de compartilharmos ideias e ampliarmos os nossos saberes.
O Grupo de Educadores do CIEJA Vila Maria/ Vila Guilherme, em um gesto de abertura, cada qual trouxe uma mensagem escrita em um papel colorido e um chocolate (um mimo) para presentear um de nossos educadores. Que por sua vez, também já estavam com um papel de cores semelhantes e deviam procurar o seu par com a mesma cor fazendo pares. Como retribuição a mensagem e ao mimo recebidos, nossos educadores, fariam a gentileza de apresentarem nossa escola, nossos espaços, nosso território.
Feito as apresentações dos espaços nos direcionamos ao Laboratório de Informática para darmos corpo ao nosso aprofundamento teórico.
Cada qual fez uma pequena apresentação dizendo nome, o tempo que estava no CIEJA e qual área do conhecimento fazia parte.
Na sequência entregamos uma mini pauta inspirada no Documento Currículo da Cidade, uma vez que nosso foco principal de nossa Reunião Pedagógica, era discutirmos sobre o Currículo.
Após todos se familiarizarem com a pauta ("um mimo"), propusemos uma formação em pequenos grupos para mergulharmos em algumas concepções presentes no Currículo da Cidade, por meio de uma cruzadinha animada, os grupos deveriam tentar respondê-la pra ver quão afiados estavam nessas concepções. A ideia era de que os grupos nesse momento se misturassem CIEJAs Santana e Vila Maria.
Aquecidos por esse momento, mergulhamos na leitura de alguns fragmentos do texto: "O aluno não é mais aquele! E agora, professor? A transfiguração histórica dos sujeitos da educação" de Antônio Fávero Sobrinho.
A intencionalidade em trazermos esse texto para a discussão era a de nos provocarmos, nos tirarmos de nossos eixos... discordarmos e crescermos por meios dos conflitos.
Está aí a riqueza da educação!!! Não crescemos quando pensamos exatamente da mesma maneira, mas sim quando divergimos, é na existência de contrapontos que abrimos fissuras e repensamos o nosso fazer pedagógico. Nos indignamos com o que se opõe às nossas verdades, mas que nos fazem pensar, e nos fortalecemos com aqueles que compartilham de nossas concepções... e nesse ir e vir, vamos nos constituindo e contribuindo para a constituição de muitos.
Nutrição Estética foram incorporadas as nossas formações já há algum tempo, aprofundamento teórico é o que nos dá embasamento com vistas a reverberar em nossas práticas, mas há de se pensar em nossa Nutrição Gastronômica, pois essa alimenta não só o corpo, mas também a alma, as interações, aproximando as pessoas... assim preparamos tudo com muito carinho para todos!!! E aqui já deixamos nosso agradecimento a cada um que muito contribuiu em cada detalhe, Dn. Maria José, Dn. Maria Vitória, Dn. Terezinha, Dn. Maria do Socorro, Augusta, Cris... todas e todos, nosso muito obrigada!!!
Após esse momento saboroso de Nutrição Gastronômica, retomamos nossas atividades. A proposta agora era a de assistirmos a um trecho do filme: "Eu, Daniel Blake" de Ken Loach, a ideia era fazermos um contraponto ao texto que acabávamos de ler. No texto, discutimos muito sobre questões voltadas aos adolescentes e jovens, já no filme trazíamos uma outra realidade, a exclusão digital de uma geração que não foi ensinada a lidar com computadores e que por conta disso, tem seus direitos negados. Na cena escolhida, retrata o conflito de um senhor que necessita dar entrada em seu seguro desemprego, mas todos os canais de acesso para esse fim é pelo mundo digital, um mundo alheio e desconhecido de seu universo.
A partir de uma apresentação no aplicativo PREZI, convidamos a todos a refletir conosco a importância de pensarmos em um currículo que atenda as especificidades dos nossos alunos. Dessa diversidade presente em sala de aula. Dos territórios e identidades que nos constituem.
Para tal, trouxemos algumas definições de diversos teóricos sobre currículo, apresentando um breve panorama histórico. Sabemos que nossas práticas e concepções estão embricadas de teorias... mas aquela que mais diz de nós, é aquela que é construída a partir do chão da escola:
Clique no link abaixo para visualizar nossa apresentação no Prezi, ficou bem interessante... além de um breve panorama histórico sobre os teóricos, há algumas práticas de ambos os CIEJAs e indicações de alguns caminhos...
APRESENTAÇÃO DO PREZI - REUNIÃO INTERCIEJAS
Outro dia, discutíamos em uma de nossas JEIFs que o medo muitas vezes paralisa, mas mudar é preciso. Sabemos que mudar o Currículo não é um trabalho fácil, mas se faz necessário!
Assim, fizemos um convite aos CIEJAS Santana/ Tucuruvi e Vila Maria/ Vila Guilherme:
O que aceitaram de pronto, convidamos a todos a deixarem suas marcas por meio de suas mãos em nosso CIEJA. Preparamos um painel sob o título: "O SEU SINGULAR NOS TORNA PLURAL".
Todos nós pintamos nossas mãos com tinta guache e deixamos nossas marcas, imprimimos nossas digitais, nossas concepções, nossas ideias, nessa árvore que deixa raízes e que dá frutos... frutos de um Currículo que se pretende Interdisciplinar, Inclusivo, Integral e Equânime.
Agradecemos a Equipe Gestora do CIEJA Vila Maria/ Vila Guilherme que de pronto aceitaram o nosso convite em compartilharmos conhecimentos em nossa Reunião Pedagógica... trocas, parcerias são sempre bem vindas!!!
O nosso muito obrigada aos educadores dos CIEJAs Santana/ Tucuruvi e Vila Maria/ Vila Guilherme pela receptividade, pelas trocas, pela abertura, pela presença, pelas observações, provocações, contribuições e pela possibilidade de construção... o singular de cada um nos enriquece, nos fortalece e nos impulsiona!!!
Pra finalizar, um pequeno vídeo nos principais momentos de nossa Primeira Reunião Pedagógica InterCIEJAs.
Ao conversarmos, percebemos que compartilhamos angústias e desafios semelhantes, tendo como pano de fundo o Currículo da Cidade, uma característica que tem mudado de maneira considerável o perfil dos CIEJAs é o crescimento de matrículas de jovens entre 15, 16 e 17 anos recém saídos das EMEFs. Quais são as expectativas desse público? O que esperam da escola? Qual o nosso papel mediante as mudanças apresentadas? A tecnologia pode ser considerada como uma aliada para o nosso trabalho? Ou é uma vilã, que deve ser abolida, afinal acabam por distrair os jovens do foco central das aulas?
E os alunos mais experientes? Como fazem parte dessa inclusão/exclusão digital? Como poderemos trabalhar diferentes linguagens a fim de incluí-los de maneira significativa?
Dia 21 de Março, às 14h preparamos tudo para recebê-los em nosso CIEJA.
A nossa Coordenadora Geral Patrícia Hypoliti começou agradecendo a presença de todos e manifestando sua alegria pelo encontro e pelas possibilidades que ali se abriam.
A Coordenadora Geral Suely Hatada do CIEJA Vila Maria, também agradeceu o convite e colocou a importância de momentos como esses para nossa formação, contando um pouco sobre sua experiência.
Eu, retomei com o grupo a nosso proposta inspirada no provérbio chinês, de que nosso encontro era o de compartilharmos ideias e ampliarmos os nossos saberes.
O Grupo de Educadores do CIEJA Vila Maria/ Vila Guilherme, em um gesto de abertura, cada qual trouxe uma mensagem escrita em um papel colorido e um chocolate (um mimo) para presentear um de nossos educadores. Que por sua vez, também já estavam com um papel de cores semelhantes e deviam procurar o seu par com a mesma cor fazendo pares. Como retribuição a mensagem e ao mimo recebidos, nossos educadores, fariam a gentileza de apresentarem nossa escola, nossos espaços, nosso território.
Feito as apresentações dos espaços nos direcionamos ao Laboratório de Informática para darmos corpo ao nosso aprofundamento teórico.
Cada qual fez uma pequena apresentação dizendo nome, o tempo que estava no CIEJA e qual área do conhecimento fazia parte.
Na sequência entregamos uma mini pauta inspirada no Documento Currículo da Cidade, uma vez que nosso foco principal de nossa Reunião Pedagógica, era discutirmos sobre o Currículo.
Após todos se familiarizarem com a pauta ("um mimo"), propusemos uma formação em pequenos grupos para mergulharmos em algumas concepções presentes no Currículo da Cidade, por meio de uma cruzadinha animada, os grupos deveriam tentar respondê-la pra ver quão afiados estavam nessas concepções. A ideia era de que os grupos nesse momento se misturassem CIEJAs Santana e Vila Maria.
Aquecidos por esse momento, mergulhamos na leitura de alguns fragmentos do texto: "O aluno não é mais aquele! E agora, professor? A transfiguração histórica dos sujeitos da educação" de Antônio Fávero Sobrinho.
A intencionalidade em trazermos esse texto para a discussão era a de nos provocarmos, nos tirarmos de nossos eixos... discordarmos e crescermos por meios dos conflitos.
Está aí a riqueza da educação!!! Não crescemos quando pensamos exatamente da mesma maneira, mas sim quando divergimos, é na existência de contrapontos que abrimos fissuras e repensamos o nosso fazer pedagógico. Nos indignamos com o que se opõe às nossas verdades, mas que nos fazem pensar, e nos fortalecemos com aqueles que compartilham de nossas concepções... e nesse ir e vir, vamos nos constituindo e contribuindo para a constituição de muitos.
Após esse momento saboroso de Nutrição Gastronômica, retomamos nossas atividades. A proposta agora era a de assistirmos a um trecho do filme: "Eu, Daniel Blake" de Ken Loach, a ideia era fazermos um contraponto ao texto que acabávamos de ler. No texto, discutimos muito sobre questões voltadas aos adolescentes e jovens, já no filme trazíamos uma outra realidade, a exclusão digital de uma geração que não foi ensinada a lidar com computadores e que por conta disso, tem seus direitos negados. Na cena escolhida, retrata o conflito de um senhor que necessita dar entrada em seu seguro desemprego, mas todos os canais de acesso para esse fim é pelo mundo digital, um mundo alheio e desconhecido de seu universo.
A partir de uma apresentação no aplicativo PREZI, convidamos a todos a refletir conosco a importância de pensarmos em um currículo que atenda as especificidades dos nossos alunos. Dessa diversidade presente em sala de aula. Dos territórios e identidades que nos constituem.
Para tal, trouxemos algumas definições de diversos teóricos sobre currículo, apresentando um breve panorama histórico. Sabemos que nossas práticas e concepções estão embricadas de teorias... mas aquela que mais diz de nós, é aquela que é construída a partir do chão da escola:
Clique no link abaixo para visualizar nossa apresentação no Prezi, ficou bem interessante... além de um breve panorama histórico sobre os teóricos, há algumas práticas de ambos os CIEJAs e indicações de alguns caminhos...
APRESENTAÇÃO DO PREZI - REUNIÃO INTERCIEJAS
Como já dissemos, nossas concepções perpassam por muitas mãos e a imagem abaixo é extremamente emblemática... como aponta o texto, nossas concepções estão MOLHADAS DAS VISÕES DE MUNDO E PRÁTICAS ESTABELECIDAS POR HOMENS E MULHERES...
Outro dia, discutíamos em uma de nossas JEIFs que o medo muitas vezes paralisa, mas mudar é preciso. Sabemos que mudar o Currículo não é um trabalho fácil, mas se faz necessário!
Assim, fizemos um convite aos CIEJAS Santana/ Tucuruvi e Vila Maria/ Vila Guilherme:
Todos nós pintamos nossas mãos com tinta guache e deixamos nossas marcas, imprimimos nossas digitais, nossas concepções, nossas ideias, nessa árvore que deixa raízes e que dá frutos... frutos de um Currículo que se pretende Interdisciplinar, Inclusivo, Integral e Equânime.
O nosso muito obrigada aos educadores dos CIEJAs Santana/ Tucuruvi e Vila Maria/ Vila Guilherme pela receptividade, pelas trocas, pela abertura, pela presença, pelas observações, provocações, contribuições e pela possibilidade de construção... o singular de cada um nos enriquece, nos fortalece e nos impulsiona!!!
Pra finalizar, um pequeno vídeo nos principais momentos de nossa Primeira Reunião Pedagógica InterCIEJAs.
Por: Viviane Moreiras
Coordenadora Pedagógica
e
Cirley Pinheiro minha Parceira Pedagógica pela troca, compartilhamento, enriquecimento e muitas discussões...
O nosso muito obrigada em nome de toda a Equipe Gestora do CIEJA Santana/Tucuruvi
