terça-feira, 30 de abril de 2019

O CIEJA RECEBE A EXPOSIÇÃO: OLHARES DE SÃO PAULO

CIEJA SANTANA/ TUCURUVI RECEBE A EXPOSIÇÃO:

OLHARES DE SÃO PAULO


É um privilégio sediarmos a exposição Olhares de São Paulo dos fotógrafos:
Adriana Macedo,Cléo Morgause, Guilherme Garulo, Leandro Aparecido, Maneco Magnesio e Renato Faustino.

Em Março deste ano, Adriana Macedo nos procurou dizendo que é ex-aluna do CIEJA Santana/ Tucuruvi, está cursando o último ano da Faculdade de História e também é fotógrafa. Ela nos disse que seria muito significativo iniciar seu trabalho de exposições fotográficas em nossa escola, afinal foi aqui onde tudo começou.

O recomeçar, a coragem de retornar aos estudos depois de anos, ser mulher... Muitos foram os desafios enfrentados por Adriana!

Hoje ela tem uma história de luta sim, mas também de inúmeras vitórias que muito se assemelha às histórias de alunas e alunos do CIEJA que estão no percurso, retomando os estudos, indo atrás de seus sonhos.

Tivemos também a alegria de receber Adriana e muitos Fotógrafos dessa exposição aqui em nossa escola no dia 02 de Maio para uma conversa sobre os desafios e as realizações e estar no mundo da fotografia. Os alunos dos períodos vespertino e noturno tiveram a chance de conhecerem de perto quem estava por trás do click de imagens tão bonitas e até surpreendentes da nossa cidade... São olhares que se revelam pelas lentes de uma câmera fotográfica!!! 



Por Viviane Moreiras
Coordenadora Pedagógica


Meu nome é Adriana Macedo tenho uma paixão por São Paulo e seus cantos, essa foto representa todo amor e carinho que tenho por São Paulo, a fotografia urbana requer grande sensibilidade, pois carrega consigo grande quantidade de informações histórias e motivos que são percebidos em formas diferentes para cada pessoa.

Essa foto mostra o cotidiano das ruas da cidade de São Paulo, usei a cor seletiva para mostrar a intenção e retratar o cotidiano urbano das pessoas comuns, também é uma forma de representação fiel da realidade presente, desde sempre nos trabalhos daqueles que buscam fazer da fotografia uma arte. Adriana Macedo

Essa foto tem como tema um pano de fundo de se pensar nas interações sociais ao redor dela, eu como fotógrafa, fiz questão de pautar esse tema e me colocar como cidadã e mulher e colocar minhas considerações na imagem: vai ter luta... O caminho pode ser longo, mas a luta continua, essa imagem é de Pinheiros. São Paulo fazendo a gente pensar sobre a violência e racismo... Adriana Macedo

PAULISTA ABERTA - Numa posição de "Handstand "com espacate, quisemos representar o que a Av. Paulista é para nós: espaço grande, significativo e democrático, sempre aberta à diversidade de atividades e pessoas. Renato Faustino

CONEXÃO METRÔ - No dia a dia dos transportes públicos de São Paulo, as pessoas, muitas vezes tem que se contorcer. Essa foto representa essa flexibilidade e poder de adaptação às situações adversas no cotidiano da cidade. Renato Faustino

NO MAR DE ASFALTO - Para viver no meio desse mar de asfalto, carros e gente é preciso se esticar ao extremo e ter muito equilíbrio para se manter em pé. Renato Faustino

MINHA VIDA NA PAULISTA - Foto com vista da Av. Paulista do terraço SESC. A Av. Paulista foi o primeiro lugar que fez com que eu me apaixonasse pela cidade, antes mesmo de me mudar para cá em 2008. Naquela época ainda não sabia que me mudaria pra capital paulistana em 2010. Cléo Morgause

MINHA VIDA NA ACLIMAÇÃO - Painel do Kobra na região da Aclimação onde eu vivo há quase 5 anos. A maioria das fotos que eu tirei da cidade são do centro ou da Paulista que é onde eu trabalho. Mas é possível encontrar cliques em qualquer lugar. Basta observar! Cléo Morgause

MEU AMOR POR SÃO PAULO - Foto com vista do terraço do Hospital Sírio Libanês. Sou de Belo Horizonte, Tenho 32  anos e moro em Sampa há mais de 9 anos. Sou apaixonada pela cidade e aqui aprendi a gostar desse hobby que pratico há menos de 4 anos. O objetivo é fazer disso minha profissão primária, e acho que estou no caminho. Oportunidades aparecem todos os dias. Precisamos aproveitá-las! Cléo Morgause


Me chamo Manoel, Maneco para os amigos, Magnesio no Mundo Virtual. Meu trabalho é fotografar as pessoas no meio do seu cotidiano, é isso que eu gosto de fazer na fotografia. A vida sem filtros, crua como dever ser. Não significa que não exista poesia e nem preocupações estéticas, apenas que as cenas que eu registro com a minha câmera não são encenadas, são sempre cenas que encontro prontas na rua, cenas que não tem a minha interferência, ou pelo menos que não tenha a intenção de interferir.

TODO CARNAVAL TEM SEU FIM - Domingo de Carnaval em Piracicaba, estava visitando parentes e fomos almoçar próximo do rio. É um lugar muito movimentado e quente por conta das fornalhas que servem pra assar peixe na brasa. Depois de andar por volta de 30 minutos fotografando o movimento em volta dos restaurantes, notei este rapaz vestido de palhaço. Lembro de "sentir o incômodo" que essa roupa e essa pintura deviam causar. Tentei um primeiro click e ficou muito ruim, até que ele me notou quando eu fazia a segunda foto e naquele momento era como se eu fosse o rapaz vestido de palhaço. O artista que precisa passar calor, ficar horas embaixo do Sol, passar constrangimentos e até humilhações pra conseguir seu sustento. Eu era o artista de rua naquele momento. Maneco Magnesio

Sou Alexandre, Fotógrafo - Fui resolver algum problema ali pelo Itaim e me aconteceu... Dei de cara com esse Sr. andando, fui em direção a ele e ocorreu este diálogo:

- Você tá tirando retrato???????!!!!

- Tô sim Sr.!

- Mas você sabe que precisa de autorização, né??!?

- Sim Sr! *Click!* Brigado! Até mais!
[...]
20 minutos depois topei com ele no supermercado que fica na mesma rua, e trocamos a maior ideia, ele era fotógrafo e também tinha uma Pentax (como eu), fotografou muito na década de 50 e perdeu todos os seus negativos por causa de mofo... uma pena!
Obrigado seu Alexandre!!!!
[...]
Fotografar pessoas na rua envolve essas situações. Geralmente eu procuro respeitar quando pedem pra não fotografar, em outros momentos eu prefiro fotografar e depois explicar qual é o meu trabalho. Afinal, algumas cenas são tão sensacionais que não podem ser deixadas de lado. Maneco Magnesio

SALA DE LEITURA - Sempre que eu passo em frente ao SESC Vila Mariana vejo esse morador de rua ali por perto. Ele se vira, consegue comida, cobertas, um trocado, roupas... até revistas. Já fazem anos que eu o vejo por aqui pelo bairro. Algumas das primeiras fotos de rua que fiz foram dele, mas nunca ouvi ele falar uma só palavra, sempre me chamou atenção uma profunda melancolia no olhar que ele traz. É aquele tipo de tristeza que só gente que viveu muito pode expressar. Maneco Magnesio

Luz nossa de cada dia, meu olhar sobre um lugar que ninguém nota... A beleza na selva de pedras. Leandro Aparecido

O lindo emaranhado de prédios que faz brilhar a cidade... O concreto como se fosse uma selva de pedras onde há sonhos a serem realizados. Leandro Aparecido

Assim é SP dos carros e dos prédios... o trânsito são as artérias de São Paulo. Leandro Aparecido

São Paulo - 2019, Cansaço, calor, inconformismo, tudo é retrato nessa expressão cansada e revoltada, alguém que já pagou a dívida com a sociedade divide espaço com muitos e ainda é um dos poucos que não são alienados pela era da tecnologia. Guilherme Garulo


São Paulo - 2019 - Fim do dia, fila do último ônibus, apesar de não termos expressão sabemos o quanto esse senhor trabalhou, ele nos representa, no raiar do próximo dia todos nós estamos prontos novamente. Guilherme Garulo










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adrianamacedosp (Adriana Macedo)
cleomorgause (Cléo Morgause)
guilherme_garulo (Guilherme Garulo)
magnesio (Maneco Magnesio) 
refuas (Renas Renato Faustino)
bane_sp (Leandro Bane)





segunda-feira, 8 de abril de 2019

REUNIÃO PEDAGÓGICA AQUI NO CIEJA É SEMPRE UMA AVENTURA!!!

REUNIÃO PEDAGÓGICA


Nossa Reunião Pedagógica teve dois momentos distintos: um destinado a Palestra sobre Comunicação Alternativa proferida pela especialista Maria Cecília Sabatino e um segundo momento para a "Construção do Nosso Fazer Pedagógico".

Iniciamos o movimento de acolhimento aos colegas de caminhada do CEFAI/ NAAPA, recebemos também convidados de outras escolas, de outros CIEJAs e ainda toda Equipe compreendendo Funcionários, Professores e Gestão do CIEJA Santana/Tucuruvi para o primeiro momento de nossa Reunião.


A palestra com Maria Cecília sobre Comunicação Alternativa, nos trouxe informações relevantes sobre os procedimentos mais adequados para atender alunos com Transtorno do Espectro Autista. 



O engajamento da palestrante ficava evidente a cada palavra proferida, ela muniu-se de conhecimento e de pesquisas por mais de vinte anos, em diferentes áreas e em diversos países para atender ao seu filho Matheus que é autista. Comunicar-se com as pessoas que amamos é mais que um desejo, é também uma necessidade e Maria Cecília percorreu muitos caminhos para conseguir estabelecer uma comunicação funcional com seu filho, e assim fazendo, pôde ensinar a quem quisesse superar os obstáculos próprios da difícil tarefa de comunicar-se com pessoas com deficiência.



Vimos o quanto a palestrante busca socializar suas descobertas a fim de multiplicar e qualificar o atendimento de pessoas que sofrem com essa dificuldade de estabelecer uma comunicação funcional.


Maria Cecília trouxe informações relevantes e exemplos práticos, apresentou algumas vivências... Em alguns momentos ela causou impacto em sua fala, o que nos levou a refletir e a mudar paradigmas.
Foram momentos de aprendizado, sensibilização e reflexão!






















A Reunião seguiu após a palestra e ainda foram momentos de muitas outras descobertas para todos da equipe CIEJA.

Passamos para um momento delicioso do nosso encontro, momento este destinado a nutrir o corpo, as conversas, os encontros, as trocas são valiosos e nos enriquecem...














CONSTRUINDO NOSSO FAZER PEDAGÓGICO




















O momento seguinte da nossa Reunião Pedagógica se deu apenas com o grupo de professores do CIEJA Santana/ Tucuruvi, e foi denominado "Decifra-me"!

A atividade consistia em uma sucessão de enigmas para serem desvendados pela Equipe Docente de forma coletiva. As pistas foram elaboradas a partir de alguns conteúdos abordados em aulas pelos próprios educadores, nos últimos meses. E a cada pista decifrada era proposto aos professores que se dirigissem ao próximo desafio, fazendo uma alusão ao uso de informações para se seguir um caminho, ou seja, o princípio que rege os mapas, e como iríamos tratar de questões relacionadas ao componente curricular Geografia e também as Competências da Base Nacional  Comum Curricular (BNCC), a cartografia estaria inserida em nossas considerações para o dia. 

Hortas Pedagógicas, Agrotóxico, Desastre Ambiental, Analfabetismo Digital, Desigualdade Social, Dificuldades enfrentadas pelos estudantes ao retornarem aos estudos, esses foram alguns dos temas abordados nas pistas do "Decifra-me"!





A última pista que os grupos encontraram dizia:

" Os livros são o tesouro preciosos do mundo e a digna herança das gerações e nações". 
Henry Dad Thoreau
Onde podem ser encontrados?

Esse desafio direcionava o grupo à sala de leitura, onde lá encontrariam um tesouro, escondido em um baú. O Tesouro era a foto de todo o grupo, pois a unidade é o que agrega e nos fortalece.




Dando sequência, convidamos os professores para uma outra proposta de atividade, denominada "Mãos à obra"

Inspirada em uma formação para Coordenadores Pedagógicos ministrada pelas formadoras Paula Agnello e Simone Silva da DIPED, cujo principal objetivo era o de vivenciarmos uma atividade de Geografia, conhecendo os princípios orientadores do Currículo da disciplina por meio da atividade "Chovendo no Morro".

Cada grupo recebeu materiais para a construção de  um "Morro" com moradias e alguns subsídios para para a sustentação e drenagem do mesmo. O objetivo era o de que as casas não desmoronassem quando chovesse no morro.



Reproduzimos nessa atividade em nossa Reunião Pedagógica o que havíamos vivenciado na referida formação. Propostas como esta são capazes de promover reflexão, pensamento crítico, levantamento de hipóteses por meio de atividades lúdicas e cheias de criatividade. 

Nas paredes da sala aonde ocorria a atividade, espalhamos pinturas do Escher  que foi um artista gráfico holandês, conhecido por seus trabalhos em xilogravuras e litogravuras que representam obras fantásticas, incomuns, com várias perspectivas, geradoras de ilusão de ótica no observador. Foi considerado um artista matemático, sobretudo geométrico. Engenheiro Civil, em suas obras, desafiava nossos olhares e nossas lógicas matemáticas e estruturais. Nossa escolha em trazer Escher foi para instigar nossas certezas, mexendo com nossos saberes para que juntos construíssemos novos conhecimentos.




Durante o tempo da execução da atividade, os professores participaram com envolvimento, tentavam montar o morro com a terra oferecida e planejaram estratégias para que o projeto fosse resistente a chuva que iria ser simulada por um regador de jardim, utilizaram-se de conhecimentos adquiridos, compartilhados, onde cada qual contribuiu de acordo com suas habilidades. 














No momento em que a "chuva" caiu percebemos o desempenho do grupo que havia aplicado de maneira mais adequada os conhecimentos de Geografia teve os melhores resultados.


Clique no link abaixo e assista aos vídeos do momento em que "Choveu no Morro" de cada grupo:

Grupo 1

Grupo 2

Grupo 3


Partimos então para uma roda de conversa sobre as causas que provocam deslizamentos de terras, e ou, desmoronamentos, as causas mais frequentes são: o crescimento desordenado das cidades, ocupações de áreas de risco por falta de opções mais adequadas, a questão da especulação imobiliária que torna os valores de imóveis impraticáveis para a imensa maioria da classe trabalhadora, assim as encostas se tornam opções mais baratas e acessíveis, outra causa, períodos sucessivos de chuvas intensas, o solo pode ter alguma rocha impermeável e isso faz com que a água infiltrada no solo não encontre vazão transformando a terra em uma substância pastosa e sem capacidade de sustentar as construções. Vimos esse fenômeno mais uma vez com os desmoronamentos de três prédios no Rio de Janeiro amplamente divulgado nas mídias.   

Em outro grupo alinhou a construção de suas casas na parte superior do morro, pois de acordo com seus conhecimentos, quando a chuva vem, as casas construídas na parte debaixo serão as mais prejudicadas com os deslizamentos... 

Enfim, as reflexões foram inúmeras e o envolvimento  estiveram presentes durante toda a nossa Reunião Pedagógica!!!


Cirley Pinheiro e Viviane Moreiras
Coordenadoras Pedagógicas