terça-feira, 28 de agosto de 2018

AULA NA FEIRA LIVRE

"Só hoje freguesia: banana por preço de banana";
"Moça bonita não paga, mas também não leva";
"Olha freguesa verduras fresquinhas".

Nesse semestre trabalhamos com bons hábitos alimentares, práticas esportivas e como adquirirmos uma vida saudável. 

Para aprofundarmos ainda mais essa temática, e como parte do nosso Plano de Metas, decidimos visitar juntamente com nossos alunos a Feira do Bairro do Bancários. 

É uma feira que atente os moradores do bairro com pequenos produtores e oferta de alguns produtos orgânicos. Por estar localizada bem próxima ao CIEJA, fomos a pé com toda a turma.

Montamos um roteiro para a visita:
  • Um grupo de alunos entrevistaria os feirantes e escreveria as respostas;
  • Outro grupo gravaria a entrevista;
  • Outros já seriam responsáveis pelas fotos;
  • Teria a turma que o foco era olhar os preços para posteriormente comparar aos valores que são vendidos no Hortifruti;
Fomos super bem recebidos pelos feirantes que prontamente responderam as perguntas de nossos estudantes, foram receptivos aos olhares curiosos dos nossos alunos com deficiência, trocaram informações com o grupo de professores e ao final o Sr. Francisco da barraca de Frutas ainda doou uma deliciosa mexerica para cada um de nós.

Aula para além dos muros da escola é sempre um desafio empolgante e feito a muitas mãos. Pois sem a colaboração de todos essa atividade ficaria inviável. 

Agora a aula continua em todas as áreas do conhecimento, aprofundando a experiência vivida pelo grupo, os dados coletados e análises.

Por mais experiências como essa!!!

Viviane Moreiras
Coordenadora Pedagógica















 







 
 


















 
 


 






No Hortifruti do Bairro









sábado, 11 de agosto de 2018

2º REUNIÃO PEDAGÓGICA ENTRE CIEJAs - CIEJA SANTANA/TUCURUVI E CIEJA VILA MARIA/ VILA GUILHERME

2º Reunião Pedagógica conjunta entre CIEJAs: 
 Santana/ Tucuruvi e 
Vila Maria/ Vila Guilherme.


Aprendizado, Envolvimento, Parceria, Dedicação, Profissionalismo, Representatividade, Compartilhamento de Ideias, muito Amor Envolvido, Equidade... assim foi nossa manhã de sábado em 11 de agosto, em nossa 2º Reunião Pedagógica conjunta entre CIEJAs: CIEJA Santana/ Tucuruvi e CIEJA Vila Maria/ Vila Guilherme.



Na Reunião Pedagógica do 2º Bimestre recebemos o grupo de professores em nosso CIEJA, neste segundo encontro a proposta era de nós irmos até o CIEJA Vila Maria/ Vila Guilherme, mais conhecido como CIEJA Sabrina, para a realização de nossa Reunião Pedagógica do 3ºBimestre.

Começamos a nossa manhã oferecendo aos professores flores em seu caminho, pensando na beleza, no colorido, no aroma e harmonia que as flores são capazes de nos oferecer.




As Coordenadoras Gerais Patricia Hypoliti e Suely Hatada de ambos os CIEJAs deram boas vindas a todo o grupo manifestando a alegria em mais esse encontro, contamos também com a presença da Supervisora Flavia Pozzi Lucchesi do CIEJA Sabrina que nos acompanhou durante toda a manhã.


Para iniciarmos nossas atividades havíamos convidado os educadores Adriana Zenezi e Eduardo Parladore para realizarem um alongamento e uma atividade de relaxamento que integrasse todo o grupo.

Descontração, leveza, disponibilidade, muitas risadas estiveram presentes nessa abertura no Espaço Verdejando. 


Entre as atividades propostas uma era a de que caminhássemos pelo grupo e escolhêssemos 2 colegas sem mencionarmos quem eram, e nos posicionássemos de forma a formarmos um triângulo equilátero perfeito. Com um grupo de mais de 30 pessoas em poucos minutos nos organizamos... como isso tornou-se possível? O professor Eduardo retomou a importância do grupo estar reunido e em prol de um objetivo, afirmando que quando há essa sintonia, o que parece impossível, rapidamente acaba sendo articulado e solucionado.


A segunda atividade proposta pela profª Adriana foi a de passarmos um lenço ao colega, primeiramente nossa reação foi a de instantaneamente fazermos o uso das mãos, na sequência o uso das mãos nos foi vedado, sendo permitido somente o uso do tronco superior e por fim, a comanda era passarmos o lenço apenas com a parte inferior dos nossos troncos. A profª Adriana instigou a todos questionando-nos que muitas vezes nossas atitudes fazem com que tomemos posições que sejam confortáveis para nós, mas não necessariamente para o outro.





















Dando continuidade as nossas atividades, convidamos a todos a subirem para o andar superior, rumo ao auditório, foi quando o grupo dos CIEJAs se deparou com uma barreira na entrada. 


O que fazer? Como vencer o obstáculo? 
Como ultrapassarmos a barreira para alcançarmos nosso objetivo que era o de entrarmos no auditório da escola?

Há quem lançasse a frase: "alguém tem uma tesoura?" Mas quantas vezes os obstáculos são postos em nossas vidas e precisamos enfrentá-los se quisermos continuar... e quantos de nossos alunos desistem diante das barreiras impostas nesse retorno aos estudos, muitas vezes o medo paralisa, outras ele é vencido e nos impulsiona, por ora temos apoio para prosseguirmos e tantos outros momentos caminhamos sem ajuda.



Percebemos que durante a passagem houve quem tivesse uma  extrema atenção com o outro que aspirava por esses cuidados por questões de saúde, pela disposição física. Já outros não aspiravam tantos cuidados assim... Instigamos o grupo de que nem sempre a porta de entrada possui tantas facilidades e que por vezes as dificuldades também nos fortalecem. A essa dinâmica demos o nome "Na sua Pele", porque só estando no lugar do outro para sentir suas reais dificuldades e nosso objetivo era o de refletirmos quantas dificuldades são vividas por nossos alunos no retorno aos estudos e o quanto temos que estar abertos para a escuta e para as suas historicidades.
































Vencida essa primeira etapa, ao chegarem ao auditório, tiveram que se dividir em grupos seguindo as marcações das etiquetas que confeccionamos, atendendo a configuração de um professor por área de cada CIEJA, com o objetivo de que tivéssemos nos grupos uma mistura de ambos os CIEJAs, privilegiando o diálogo e a troca nas atividades.
























Para iniciarmos a conversa, entregamos um teste "Quem faz parte do seu Todos Social", onde cada um deveria marcar um X nos grupos minorizados reais ou virtuais que fazem parte do seu TODOS SOCIAL. 
Está afim de fazer o teste com a gente? Aventure-se conosco e faça-o a seguir!

O teste foi baseado no livro: Sociedade Inclusiva - Quem Cabe no Seu Todos? De Claudia Werneck. Que discute que se deixarmos de assinalar ao menos um dos itens acima, há de nos questionarmos a palavra "TODOS" em nosso vocabulário, de que TODOS estamos falando? Quem são os nossos TODOS?
Alguns professores comentaram que chegaram a ficar na dúvida se são pessoas que ainda fazem parte de seu círculo de amizade, ou que já passaram por suas vidas, levantaram ainda a hipótese de pessoas que possam vir a fazer parte de seu círculo pessoal, uma vez que a vida não é estática, não está dada e a relações vão se constituindo ao longo da jornada.


Neste momento a pauta do encontro foi entregue aos participantes em conjunto com uma pasta contendo todo o material da reunião.







Como de costume, em nossos Horários Coletivos, iniciamos com uma Nutrição Estética, e dessa vez, nós da Coordenação Pedagógica de ambos os CIEJAs, optamos por construir um texto de autoria própria. Muito interessante escrever algo a quatro mãos, as concepções se misturam e as impressões pessoais já não são mais perceptíveis. O texto se constitui incluindo em suas partes uma ideia ou até mesmo uma impressão de cada participante, assim como se constituem as práticas no fazer pedagógico do dia a dia. Acreditamos ser esse um movimento importante, agregar valor ao trabalho sem precisar mensurar a exata participação de cada um, somente tendo a certeza que é muito bom participar efetivamento no processo de promover a equidade por meio da educação. 

Ainda inspirados no livro "Quem Cabe no Seu TODOS?", escrevemos o texto levando em consideração o tema central de nossa Reunião: "Equidade no Currículo da Cidade:  é possível?"

Com vocês Tod@ Atenção!




Tod@ Atenção

Alertamos que defendemos o uso da palavra EQUIDADE em seu contexto histórico e nada, nada semântico.

Nem adianta procurar nos dicionários...

Nem consultar Monsieur Google...

EQUIDADE vem molhada de nossas concepções de Inclusão.

EQUIDADE não é sinônimo de IGUALDADE.

EQUIDADE é promover oportunidades.

EQUIDADE é considerar a multiplicidade das diferenças.

É oportunizar tratamentos diferentes aos desiguais.

Valorizando os diferentes pontos de partida.

Equidade? Depende de diversas condições...

Saúda a heterogeneidade...

DE etnia

DE gênero

DE deficiência

DE cultura

DE religião...

Tudo isso se encontra em documentos.

E geram polêmicas e discussões.

Educação como direito pressupõe Justiça Social.

Reconhecimento das diferenças, pesquisa e estudo

Para que a EQUIDADE seja incorporada cada vez mais em nosso fazer pedagógico diário.
Coordenação Pedagógica dos CIEJAs






Após a leitura realizada pelas Coordenadoras Viviane Moreiras e Cirley Santana, perguntamos ao grupo se concordavam com a construção do texto, se mudariam algo, afinal o trabalho só é coletivo, quando de fato, há essa possibilidade de um fazer a várias mãos.

A profª Adriana Zenezi, colocou que na frase: "Educação como direito pressupõe Justiça Social", em sua opinião se estamos falando de direito em educação, então o termo mais adequado a utilizarmos seria: "Educação como direito é Justiça Social", sem dúvidas, sem rodeios.

A profº Néia Máximo mudaria apenas a pontuação quando afirmamos - "Equidade não é sinônimo de IGUALDADE?", porque na sequência vimos com vários argumentos elucidando o porquê desse questionamento.

Sugestões incorporadas, avançamos!

Como aprofundamento teórico, trouxemos o capítulo do Currículo da Cidade que trata sobre equidade, para início de conversa e à luz da epígrafe de Boaventura Santos:


Temos o direito a ser iguais quando
 a nossa diferença nos inferioriza;
e temos o direito a ser diferentes
 quando a nossa igualdade nos descaracteriza.

Lembramos que a palavra equidade vem do latim e que significa igualdade, simetria, retidão e imparcialidade. Conversamos sobre as desigualdades, as distintas formas de aprender e o fato dos professores levarem em conta as diversas formas de ensinar.

Acreditamos que uma educação equânime sugere que haja justiça e que se possa fazer reparações importantes ao que fora negado ao longo do tempo pela exclusão que jovens e adultos sofreram  e ainda sofrem, muitas vezes dentro do contexto escolar. Dizemos isso porque nesta semana, presenciamos um homem de 38 anos, chorando de emoção ao sentar em uma cadeira da nossa escola para fazer uma Prova de Classificação e ao ouvi-lo afirmar que sentar-se em um banco escolar passou a ser um sonho que acalentou por anos...
Diante disso, nos questionamos: por que esse lugar ainda representa privilégios? Por que esse retorno e permanência ainda é tão difícil à muitos se considerarmos condições sociais e econômicas que por vezes impedem a volta à escola? 

Entender os motivos é sem dúvida importante, mas, mais do que entendê-los, urge trabalharmos de forma humanizada a fim de promovermos a equidade e acesso aos diferentes. Retomando Boaventura Santos, quando muitas vezes a diferença inferioriza e exclui, devemos promover tratamento igual aos diferentes de modo a não reproduzir ou não potencializar as desigualdades.

Outra atividade proposta, foi a de que o grupo, a partir de suas experiências marcassem de (V) Verdadeiro, (F) Falso (FO) Formando Opinião em afirmações acerca das matrículas crescentes de jovens de 15 a 18 anos na EJA. As frases analisadas foram extraídas da reportagem “30% dos alunos da Educação de Jovens e Adultos têm entre 15 a 19 anos no Brasil”. Na pasta estava disponibilizado o artigo para posterior leitura, e optamos em realizar a atividade a partir das experiências vivenciadas por todos.

Disponível em: http://www.ebc.com.br/educacao/2015/05/30-dos-alunos-da-educacao-de-jovens-e-adultos-tem-entre-15-e-19-anos-no-brasil. 

Terminada essa reflexão nos pequenos grupos, abrimos para a discussão sobre cada tópico.
















Nutrições estéticas, aprofundamentos teóricos são demasiadamente importantes, mas como é bom sermos cuidados e bem recebidos! A hora do Café foi um mimo à parte! E a Equipe do CIEJA Vila Sabrina fez isso de uma forma muito gostosa, generosa e acolhedora! Agradecemos imensamente todo o carinho!








Dando continuidade aos trabalhos propomos mais uma dinâmica: "In your shoes" (nos seus sapatos), ao entrarem no auditório, havíamos disponibilizado vários pares de calçados no tablado. Talvez seja considerado uma virtude a capacidade de colocar-se no lugar do outro, mas para além da virtude, essa característica, torna-se uma necessidade em se tratando de trabalharmos com jovens, adultos e idosos, pessoas com e sem deficiência no CIEJA.

Desse modo, convidamos a todos a participarem de uma experiência muito interessante, calçar os sapatos disponíveis no auditório para vivenciarem a sensação de andar com o sapato do outro, considerando suas dificuldades, suas vivências, suas sensações e seus desafios diários e o quão importante se faz respeitarmos esses caminhos.

As reações diante dessa dinâmica foram as mais diversas, sapatos enormes, apertados, baixos, altíssimos... cada um tentando caber nos mais variados modelos de sapato, vejam as fotos a seguir e tirem suas próprias conclusões... rsrsrs

































Após essa experiência peculiar e que nos arrancou muitas risadas, mas ainda trabalhando com a concepção de respeito, representatividade e de nos colocarmos no lugar do outro, pensamos em uma plataforma diferente para o aprofundamento teórico. Em um trabalho coletivo entre CIEJAs, criamos um curta metragem documentário, contendo depoimentos dos nossos alunos relatando um pouco quais foram as dificuldades que eles encontraram no retorno aos estudos e os sentimentos que trazem consigo nessa trajetória. Para compor o curta "O nosso Todos: Vozes do CIEJA", elegemos o livro "Passageiros da Noite: do trabalho para a EJA" de Miguel Arroyo, para nos dar consistência teórica.
 Escolhemos alguns trechos desse livro e enriquecemos o curta documentário com epígrafes de Miguel Arroyo. Momento, impactante, emocionante, representativo, pois eram nossos alunos falando para nós, não eram pessoas alheias à escola, estrangeiros de nossa realidade...


A cada depoimento foi possível percebermos quantas barreiras, o quanto a jornada é intensa e como para muitos deles a escola é um local de acolhida, de retomada, de volta à vida e porque não de retomada dos sonhos?
Clique no link abaixo e emocione-se conosco:

O nosso Todos: Vozes dos CIEJAs 



Temos também uma outra versão do curta com fragmentos de mais dois depoimentos ao final, confira:




Após nos emocionarmos com o curta: Vozes dos CIEJAs, entregamos algumas perguntas para que em grupo, os professores pudessem refletir sobre as expectativas depositadas pelos estudantes nesse retorno aos estudos, seus anseios, angústias, medos, sonhos, projeções... 

O nosso objetivo com essa atividade final era de amarrarmos os fios, desde a barreira física - Na sua pele - que instalamos para a entrada do auditório, mas que significa as tantas dificuldades e obstáculos enfrentados por nossos alunos ao longo da vida, impedidos de concluírem seus estudos e quando tomam a decisão de voltar aos bancos escolares, tantas outras surgem... qual o nosso papel quanto educadores? Que olhar lançamos a eles, aos diferentes, aos corpos excluídos como bem retrata Arroyo, aos jovens que estão cada vez mais presentes na EJA e nos CIEJAs? Amarrando os fios, retomamos a dinâmica "In your shoes" trazendo a questão de que muitas vezes o sapato do outro não cabe na gente, de que cada sapato tem a sua história, concebendo o respeito como primordial nessa relação de nos colocarmos no lugar do outro, de pensarmos um currículo que seja sensível a essa diversidade, que seja flexibilizado atendendo as especificidades de cada um.

No material entregue ao grupo, disponibilizamos para estudo o penúltimo Capítulo do Livro Passageiros da Noite: do trabalho para a EJA - Itinerários pelo Direito a uma Vida Justa de Miguel G. Arroyo. "Trago no meu corpo as marcas do meu tempo" para leitura, discussão e um maior aprofundamento em nosso Horário Coletivo.


Saímos com algumas respostas, mas muitas provocações e questionamentos e que estes nos façam prosseguir, pesquisar, partilhar, dialogar e promover a equidade em meio a diversidade que nos envolve nos CIEJAs.

Como atividade última, a profa. Adriana Zenezi finalizou com uma dinâmica com a seguinte comanda: em grande círculo, cada um deveria escrever em um papel, algo que imaginávamos que o colega da direita seria capaz de realizar, qualquer coisa. Nesse momento, vários foram os sentimentos e os desejos de pedirmos aos colegas que realizassem tarefas as mais divertidas e inusitadas. Foi quando Adriana revelou que na verdade a tarefa não seria realizada pelo colega, mas por nós mesmos, pois deveríamos mostrar ao amigo o que havíamos projetado, dito isto explicou, porque só podemos desejar para o outro aquilo que desejamos para nós mesmos.




Como iniciamos o nosso dia, assim concluímos a nossa manhã: flores em nosso caminho... desse modo, fomos presenteados com um pequeno vaso de flores pela Equipe do CIEJA Sabrina.









Momentos como esse são ímpares e só temos a agradecer a todos pela disponibilidade, diálogo, escuta e aprendizado... 
Laços que começam a se fortalecer entre CIEJAs para um fazer pedagógico cada vez mais inclusivo, integral e equânime!


Equipe CIEJA Santana Tucuruvi

As Equipes Gestoras dos CIEJAs Santana Tucuruvi e Vila Maria Vila Guilherme, porque fazer juntos nos faz crescer