sexta-feira, 18 de julho de 2025

AVALIAÇÃO DO PEA - 1ºSEM 2025

Avaliação do PEA – 1º Semestre 2025

Da Teoria à Prática da Leitura - em continuidade


Em 02 de Julho realizamos a Avaliação do PEA 1º semestre. Temos por costume trazer o que vivemos a cada encontro e dessa vez pensamos em um painel com registrasse a diversidade de temas trabalhados dentro da temática da leitura: Corpo e Leitura; Vídeos e Produções que nos Inspiram; Pílulas do Conhecimento; LeiturEja Palavra de Mulher; Teoria que Alimenta a Prática e Cartas Pedagógicas:






Para iniciar, passamos um vídeo da Viviane Mosé que diz que a “palavra é roupa e que a palavra só diz a partir de um acordo estabelecido entre quem fala e quem ouve”



“Eu descobri que a Palavra não sabe o que diz!

A Palavra delira!

A Palavra diz qualquer coisa

A verdade é que a Palavra nela mesma em si própria não diz nada!

Quem diz é o acordo estabelecido entre quem fala e quem ouve

Quando existe acordo, existe comunicação

E quando esse acordo se quebra ninguém diz mais nada, mesmo usando as mesmas Palavras.

A Palavra é uma roupa que a gente veste:

Uns usam Palavras curtas

Outros usam roupa em excesso

Existem os que jogam Palavra fora

Pior são os que usam em desalinho

Uns usam Palavras caras

Poucos ostentam Palavras raras

Tem quem nunca troca

Tem quem usa dos outros

A maioria não sabe o que veste

Alguns sabem, mas fingem que não

E tem quem nunca usa a roupa certa pra ocasião

Tem uns que se ajeitam bem com as peças

Outros se enrolam em um vocabulário de muitas

Tem gente que estraga tudo o que usa

E você com poucas Palavras você se despe

E aí eu fiz uma receita se a Palavra é uma roupa

A Palavra está suja demais

A gente usa as mesmas Palavras o tempo inteiro

As Palavras estão engorduradas então eu tenho uma receita para lavar Palavra suja

Mergulhar a Palavra suja em água sanitária”


A Palavra está intimamente ligada com as relações, com o diálogo que estabelecemos, com as conexões que fazemos, com a escrita, com a leitura.

Dando continuidade, como temos um grupo bastante competitivo, os dividimos em dois grupos, entregamos uma quantidade de dados iguais para ambos e propomos que dessem palpites qual seria a soma dos dados de cada grupo. Quem ganhasse iria ao painel para escolher um tema e falar como foi a experiência, quais seus significados e o como cada atividade reverberou em suas práticas em sala de aula. O grupo que fosse mais vezes, iria ganhar uma caixa de bombom ao final da competição.





O envolvimento e a descontração permearam durante toda a avaliação, mesmo indo um por vez falar no painel, os colegas do mesmo grupo e do outro também enriqueciam a fala, trazendo exemplos.









O GRUPO VENCEDOR!


No momento da Avaliação do PEA, percebeu-se o valor de cada formação, o feedback de cada docente ao revelar um pouco do quanto absorveram dos convidados que nos prestigiaram e dos diversos apoios pedagógicos utilizados pela coordenação para transmitir a formação.

A professora Luciana em sua fala, trouxe o encantamento que sente ao ver os estudantes se revelando e se posicionando como protagonistas de um novo tempo em suas vidas, o tempo leitor e mesmo que não estejam fluentes como observou uma docente, ela preferiu se pronunciar dizendo ainda não estão fluentes, mas caminham para estar.

A professora Marta sendo questionada sobre a relação da formação da Convidada Gisele dos Reis – Realinhamento Postural – e o tema do nosso PEA, explicou dizendo que o corpo comunica o espirito, ou seja, a postura revela como estamos nos sentindo, e a leitura passa pela consciência corporal, o expansivo tem um comportamento muito diferente diante de uma leitura em público, a consciência corporal permite que as pessoas tenham uma melhor conexão com seus sentimentos e pensamentos, assim sendo, Marta exemplificou que passou a considerar o quanto o corpo está relacionado com o ato de ler, citou que o professor Eduardo, em suas aulas promove descontração e relaxamento com exercícios de alongamento e que isso reverbera diretamente no rendimento dos aulas, e a professora Luciana também comentou a relevância em considerar o corpo como parte integrante do processo de ensino aprendizagem.

A professora Valéria expressou sua impressão sobre o documentário “A Escrita Delas” vídeo que foi sugerido pela professora Marta e que trouxe mutas reflexões sobre a Literatura e o gênero feminino.

Valéria questionou se há uma Literatura com letra maiúscula e literatura feminina de menor valor ou importância, ou se a literatura tem aspectos impressos nela pela distinção de quem escreve, seja homem ou mulher, a professora sugeriu que a discussão deve ser retomada para melhor compreensão, ainda mais por se tratar de um espaço majoritariamente frequentado por mulheres.

A professora Patrícia falou sobre a Nutrição Estética a respeito de Conceição Evaristo, mencionou o quanto ela havia sido remetida a memórias da vivência de sua mãe e da luta que toda mulher enfrenta para não ser silenciada e relegada ao lugar de cuidadora em detrimento a uma carreira ou até mesmo sua dignidade humana. E por falar em colocar-se no lugar do outro, a professora Lis comentou que ao ser desafiada a elaborar os cartazes na última JEF, ela percebeu como se dá esse movimento, o quanto pode ser enriquecedor e quanto pode promover engajamento e sentido de grupo a atividade de produzir 
cartazes em conjunto, os cartazes produzidos pelos professores nessa JEIF foram espalhados pela escola, e os efeitos logo foram sentidos, os estudantes comentavam e se mobilizaram para olhar o que tinha sido produzido pelos professores, Lis afirmou que vai usar mais vezes essa estratégia pedagógica, pois permite interação e promove valorização e autoestima nos estudantes.

Para encerrar o professor Douglas ressaltou que a formação denominada “Outros olhares, leitura em outras perspectivas”, - Com o convidado Renan Rodrigues Carmo da Silva, professor da rede, lotado no CEU Paz, trouxe um número enorme de máquinas e instrumentos de fotografia, Douglas salientou o aspecto prático da formação, lembrando que ao manusear todos os equipamentos pôde ter esse contato e perceber o quanto a fotografia é uma arte e uma possibilidade pedagógica.

Nesse momento, o professor Ricardo mencionou que a postura do professor Renan chamou sua atenção pelo fato do mesmo acreditar em um trabalho diversificado, no qual ele emprega não só recursos da escola, mas também recursos próprios, Ricardo sentiu-se tocado pela dedicação do professor Renan.

Douglas concluiu sua fala relacionando seu aprendizado com a proposta da professora Carla de arte, em trabalhar imagem e mensagem, já que a fotografia é um riquíssimo instrumento para capturar imagens e transformá-las em mensagens.

O professor também mencionou que as imagens são sempre manipuladas para formação de opinião, em se tratando de promover autonomia e criticidade, a escola sempre deve ocupar-se de esclarecer essa relação imagem/mensagem.

Por fim, como o tema do LeiturEJA desse ano é: Palavra de Mulher e vimos debatendo sobre os temas do Pacto Nacional que traz como forma de registro as Cartas Pedagógicas, pedimos às nossas professoras que escrevessem:

Como é pra você:

Ser mulher,

Ser filha,

Ser formadora de outras mulheres, homens, de tantos seres que passam por suas salas de aula?



Recebemos relatos lindos, emocionantes, instigantes, provocantes... as professoras Mulheres do CIEJA se entregaram na escrita, voltaram as suas raízes, tocaram em feridas, se despiram por meio das palavras. Convidamos quem gostaria de ler suas cartas, a maioria quis lê-las para o grupo, outras preferiram deixar registrado o que é ser mulher nas cartas que foram além de Cartas Pedagógicas, foram Cartas Raras que revelaram suas essências, suas histórias que se assemelham à minha, a das nossas estudantes, a de tantas mulheres que fazem o CIEJA.







Ler e escrever nos impulsiona, nos despe, nos instiga! O PEA: Da Teoria à prática da leitura – em continuidade tem rendido frutos... de coragem, de autoestima, de envolvimento de potencialidades. Onde todos se envolvem, todos se comprometem a qualificar nosso fazer que é construído diariamente.

Certamente o LeiturEja (projeto de leitura do CIEJA Santana/Tucuruvi) é um diferencial dessa escola, algo que vem acontecendo aqui com regularidade, mas mesmo sendo corriqueiro, não tem nada de trivial ou comum, a maneira como ele vem acontecendo explícita sua relevância, os professores se preparam, os estudantes perdem o sono, sentem calafrios e ficam ansiosos para participarem desse momento destinado a leitura, sim, é só um momento de leitura, porém, é revestido de muita importância.

Marilena Chaui, renomada filósofa brasileira, professora da Universidade de São Paulo – USP, afirma que a maneira como um povo processa seus rituais, como eles enterram seus mortos, como celebram suas conquistas e outras tantas manifestações culturais, formam o conjunto que recebe o nome de Cultura.

Assim, podemos compreender que já está se tornando cultural aqui no CIEJA Santana/Tucuruvi o ato de ler, a leitura foi alçada a um lugar de destaque e relevância. Mas para além do LeiturEja, o PEA dessa unidade vem se desenvolvendo de um modo significativo. Como bem tem sido avaliado pelos professores.

Ao final enviamos aos professores um link para que respondessem algumas perguntas no formulário Google sobre como avaliam o PEA e se são favoráveis à continuidade no 2º Semestre de 2025.




Cirley Santana e Viviane Moreiras
Coordenadoras Pedagógicas



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