quinta-feira, 24 de maio de 2018

SAÍDA PEDAGÓGICA AO SESC POMPÉIA - LUGARES DO DELÍRIO


Nos dias 10 e 11 de maio fomos ao SESC Pompeia apreciar a exposição Lugares do Delírio. E deliramos! 

A exposição nos colocou em contato com obras de artistas julgados loucos e que passaram por hospitais psiquiátricos. Questionamos a loucura e o conceito de normalidade em uma sociedade que não nos parece nada sadia. O que é normal? Saímos com essa pergunta na cabeça... 

Visitamos os delírios de Arthur Bispo do Rosário e seus barquinhos, que nos puseram a navegar em águas coloridas. Na obra de Laura Lima, vestimos e despimos nossas normalidades e nossas loucuras. Ouvimos pedra falando. Ouvimos sonhos também. Tocamos a poesia, mesmo sendo nós, nuvens. Também deitamos na insônia e prestigiamos grandes histórias em mini livros. Vimos barquinhos voando. Ficamos emaranhados nos bordados de Natalia Leite, que decidiu calar para sempre. Talvez para escutar-se, pensamos. E sua voz se fez em cores e desenhos. 

Visitamos outros olhares, outros mundos, outras vozes e outras possibilidades. Refletimos sobre a loucura e por fim, falamos de sonhos. 

Foi uma experiência profunda e terna. Saímos nutridos de questionamentos e em busca de respostas, que talvez não queiramos saber, afinal, as certezas nos estancam. 

Profª Adriana Zenezi


























































A saída cultural foi extremamente agradável e bem organizada. Desde o horário de saída, ônibus, motorista, a acolhida no Sesc. Sem nenhum transtorno ou inconveniente, de nossa saída até nosso retorno. 

O grupo de alunos que foi na sexta-feira era bastante heterogêneo, tanto na questão das idades quanto dos módulos. Mesmo com a divisão em grupos, pela monitoria da exposição, víamos grupos bem diversos. 

Pelo que pude notar, muitos alunos nunca haviam estado em uma exposição. Então, ao se depararem com diversos tipos de obras que não somente pinturas, pude notar a curiosidade dos alunos com relação aos formatos, essências e possibilidades contidas nas obras de arte. 

Muitos se espantaram ao ver que algumas das obras eram de pacientes com problemas psiquiátricos, e que a arte não está presente apenas em museus ou grandes salões de exposição, e muito menos represada pelas convenções da dita "normalidade". 

Pude perceber que essa primeira atividade aguçou o apetite de nossos alunos por mais saídas culturais como essa (mesmo que sem a escola), o que me deixou extremamente contente. 

Profº. Douglas Dubinskas.












As Saídas Pedagógicas como já dissemos em outras postagens é uma aula para além dos muros da escola. Enriquecem nosso repertório cultural, abre nossas mentes, ampliam nossos olhares, aguçam nossa curiosidade, nos libertam de preconceitos, nos fazem refletir sobre a sociedade, sobre o mundo que nos cerca, sobre os outros, sobre nós.

O texto da professora Adriana Zenezi é uma verdadeira POESIA... ao lê-lo conseguimos nos transportar para a exposição e viajarmos sobre suas palavras e as obras dos artistas que emprestaram seus delírios, seus sonhos, seus desejos, seu brilhantismo para essa sociedade que julga viver com sanidade... será mesmo? A linha entre a sanidade e a loucura é muito tênue e o que vimos foram expressões íntimas de coisas que muitos de nós vivemos, mas que não expressamos.

Já o professor Douglas faz uma observação bastante interessante que é a de que os alunos se surpreenderam pelo fato das obras serem criações de artistas que passaram por clínicas psiquiátricas, mostrando a todos que a arte pode ser expressada por outras linguagens, fugindo de um padrão que julgamos ser "normal", "correto". 

Afinal o que cada um de nós possui dentro de si não pode, ou não deveria ser enquadrado, nem engaiolado dentro de padrões preestabelecidos, temos de ter a liberdade de preservarmos nossos Lugares do Delírio.
Viviane Moreiras
Coordenadora Pedagógica

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