" O imigrante/migrante é um ser partido (porque parte de um lugar para outro, mas também porque deixa uma parte de si no local que ficou para trás e se reinventa no lugar de destino".
Realizar nossa Reunião Pedagógica no Museu da Imigração, é considerarmos nossa constituição histórica. Traçarmos um panorama entre o passado e o presente. Considerarmos as contribuições de inúmeros imigrantes que constituíram e constituem a nossa história.
Olharmos a cidade de São Paulo a partir da Hospedaria, um edifício construído no final do século XIX e início do século XX, é nos questionarmos por que ela foi construída nesse espaço? É necessariamente lembrarmos de seus usos, das pessoas que chegaram aqui, e de tantos outros testemunhos que consolidam a forma com a qual ela é imaginada pelos habitantes que por ela passaram. É dialogarmos com as diversas narrativas em torno do edifício, dos arquivos históricos, das camadas do tempo que vão delineando a construção de nossa história.
Fomos recepcionados por uma educadora do Museu que entregou a cada um dos presentes um material educativo que nos convidava a traçarmos diferentes possibilidades na visita, entre eles havia:
- Roteiro Arquitetura e cidade;
- Roteiro Hospedaria do Brás;
- Roteiro Alimentação;
- Roteiro Trabalho;
- Roteiro Crianças que migram;
- Roteiro Territórios negros;
- Roteiro Migração Interna;
Apesar de o nome da Hospedaria de Imigrantes do Brás referir-se aos que vieram de outros países, este espaço recebeu ao longo de seu funcionamento muitos migrantes internos, principalmente da região nordeste e do estado de Minas Gerais, com maior intensidade a partir de 1930.
Pensando nisso, elaboramos uma pauta [Passaporte] pensando nessa chegada dos Imigrantes/Migrantes que aguardavam na sala de matrícula para serem registrados.
Cada participante recebeu seu passaporte individualizado com nome e foto personalizados.
Outro ponto que discutimos foi que apesar da difícil condição que muitos aqui chegavam, havia serviços de recebimento de bagagens, consideradas como importantes para a manutenção de suas identidades considerando, objetos, vestuário, fotografias, itens sentimentais entre outros.
Um contraste aos povos africanos que foram extraídos de sua identidade, abortados de suas historicidades, trazidos para cá para serem escravizados, mas que também suas contribuições são cruciais para nossa constituição histórica.
Pensando historicamente a grande reflexão que fica é entendermos o porquê se elege e valoriza alguns povos e se omite as contribuições de outros?
Entender, pesquisar, ir em busca de conhecimento nos faz desnaturalizar o que está posto e entender o valor de cada povo, uma vez que migrar reúne experiências, memórias, identidades.
Por: Viviane Moreiras
Coordenadora Pedagógica
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