Nas últimas JEIFs, temos trabalhado com os benefícios da Neurociência para a Educação. Como vimos a informação entra no cérebro por meio dos sentidos, da percepção que temos do ambiente e de nossas experiências vividas. Portanto é por meio dos sentidos que potencializamos a aprendizagem.
Desse modo, planejamos nossa Reunião Pedagógica, privilegiando diversas linguagens, objetivando acessarmos nossos sentidos, explorarmos emoções para que o que aqui discutíssemos, fosse significativo de alguma forma para os presentes.
Iniciamos a reunião com um momento de integração entre os participantes, dando a opção de confeccionarmos de forma coletiva duas receitas de pão: uma de Pão Caseiro e uma de Pão Vegano. Trouxemos essas receitas para privilegiar a diversidade presente entre o grupo de professores, atendendo e respeitando essa especificidade dentro da equipe.
A participação efetiva de todo quadro de funcionário também foi relevante, a escola tem uma concepção sobre educação onde todos e cada um compõe nosso fazer pedagógico, contribui com suas especificidades, suas histórias... e essa concepção permeia todas as áreas da escola, não havendo portanto setor que não esteja envolvido.
Massa crescendo, uma fornada já assando, em seguida foi lida pelas Coordenadoras Pedagógicas a poesia “Te olho nos olhos” (Ana Carolina), a leitura se remete ao fato de que tudo que para nós é importante, é alvo constante de nossa atenção e por clara sequência atrai nosso olhar.
Tendo ainda como objetivo aguçar e tocar vários sentidos, ouvimos a canção “É isso ai” com Ana Carolina e Seu Jorge.
Falamos que o olho pode ser considerado como porta da alma, que os olhos podem expressar sentimentos e emoções como, por exemplo: admiração, reprovação, carinho, afeto, atenção...
E sendo assim fizemos um convite ao grupo no sentido de convergir os olhares para a interdisciplinaridade.
E sendo assim fizemos um convite ao grupo no sentido de convergir os olhares para a interdisciplinaridade.
Na sequência para um melhor aprofundamento teórico passamos a leitura do texto “A interdisciplinaridade como forma de superar a fragmentação do conhecimento” - de Érica Aparecida Garrutti e Simone Regina dos Santos. Disponível em: http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/ric/article/view/92/93
A leitura foi pautada por comentários dos participantes de um modo geral, em determinado momento a professora Larissa Oliveira afirmou que se não fosse no CIEJA uma realidade distinta do restante da rede não valeria a leitura desse texto, visto que essa teoria é de difícil aplicabilidade e que exige muita dedicação e muito tempo de pesquisa.
O professor Ricardo Pellegrini comentou que as trocas são muito importantes para que haja interdisciplinaridade e que muitas vezes ele acaba vendo isso mais na prática do que propriamente na teoria. A Coordenadora Pedagógica Viviane Moreiras retomou que somos um conjunto dos processos da interações tanto teóricas quanto práticas: nas trocas que fazemos com os colegas, a partir dos textos que lemos, e que quando chega determinada altura já nos apropriamos tanto de tudo isso que não conseguimos mais saber o que é nosso e o que é do outro. Trouxe a Educação Integral presente no Currículo da Cidade e a discussão que tivemos sobre a formação do homem pleno, somos um todo, sem fragmentações e a escola acaba sendo responsável pela formação de todas as dimensões cognitivas, sociais, emocionais...
Faz necessário ressaltar a observação da professora Adriana Zenezi que procurou definir a interdisciplinaridade como a junção dos saberes em prol da qualificação do processo de ensino aprendizagem e ainda trouxe em sua fala que a postura de arrogância inviabiliza e dificulta o trabalho com essa metodologia, não se pode ter por parte dos envolvidos uma postura de não troca e nem tão pouco quando alguns se consideram donos da verdade, a conversa ainda girou em torno da indiscutível necessidade de se trabalhar interdisciplinaridade e as dificuldades que a mesma pressupõe.
O professor Ricardo Pellegrini comentou que as trocas são muito importantes para que haja interdisciplinaridade e que muitas vezes ele acaba vendo isso mais na prática do que propriamente na teoria. A Coordenadora Pedagógica Viviane Moreiras retomou que somos um conjunto dos processos da interações tanto teóricas quanto práticas: nas trocas que fazemos com os colegas, a partir dos textos que lemos, e que quando chega determinada altura já nos apropriamos tanto de tudo isso que não conseguimos mais saber o que é nosso e o que é do outro. Trouxe a Educação Integral presente no Currículo da Cidade e a discussão que tivemos sobre a formação do homem pleno, somos um todo, sem fragmentações e a escola acaba sendo responsável pela formação de todas as dimensões cognitivas, sociais, emocionais...
Faz necessário ressaltar a observação da professora Adriana Zenezi que procurou definir a interdisciplinaridade como a junção dos saberes em prol da qualificação do processo de ensino aprendizagem e ainda trouxe em sua fala que a postura de arrogância inviabiliza e dificulta o trabalho com essa metodologia, não se pode ter por parte dos envolvidos uma postura de não troca e nem tão pouco quando alguns se consideram donos da verdade, a conversa ainda girou em torno da indiscutível necessidade de se trabalhar interdisciplinaridade e as dificuldades que a mesma pressupõe.
NUTRIÇÃO DO CORPO
Nutridos teoricamente e após discussões profundas, nutrir o corpo também é necessário, afinal em volta da mesa muita coisa acontece: partilhamos receitas, saboreamos o que fora preparado com carinho, estreitamos laços, convidamos o outro a ter sensações deliciosas como as que estamos sentindo...
E ainda tivemos o privilégio de saborearmos os pães que nós mesmos fizemos, recém saídos do forno, quentinho... hummmm!!!!
O quinto momento da nossa Reunião convidamos todos a embarcarem conosco no avião do Tom Hanks, do filme Náufrago, quem não se recorda desse longa metragem?
Inicialmente cada sobrevivente poderia escolher 3 itens da lista. Em seguida, deveria se juntar a um parceiro, nesse caso ficariam com 6 itens, porém deveriam abrir mão de mais 3 itens. A cada novo agrupamento, as escolhas ficavam ainda mais difíceis e eram necessário pensar em novas alternativas, abrir mão das escolhas iniciais, ouvir o argumento do outro, ceder, chegar em um consenso. Ao final, todo o grupo se encontrou na ilha e de todos os itens da lista, apenas 1 poderia ficar. Além de boas risadas, vimos o quanto é difícil fazermos escolhas e estarmos disponíveis para um trabalho coletivo, que se objetiva democrático e interdisciplinar.
Ao final, nos reunimos para costurarmos as pontas...
A Coordenadora Pedagógica Cirley Pinheiro retomou que quando pensamos em trazer o pão para que todos colocassem as mãos na massa, o objetivo inicial visava ressaltar a importância de cada ingrediente para se obter o resultado final, cada um dos ingredientes compunham o todo, e qualquer alteração mudaria o sabor da receita.
Assim também o é quando nos propomos a fazer um trabalho coletivo, a partir de uma concepção interdisciplinar, como já mencionado é a junção desses saberes que torna o todo significativo, é o nosso fazer no CIEJA Santana/ Tucuruvi que marca nossa territorialidade, nossa singularidade dentro de uma rede.
Depois aguçamos os ouvidos e o coração por intermédio da poesia e da música. Chamamos a atenção para que prestássemos atenção as possibilidades do olhar... cuidado, respeito, amor, desdém, afeto, admiração, entre outros. Um olhar interdisciplinar que olha para uma Educação Integral, Inclusiva e Equânime, pressupõe também um olhar holístico.
Exercitamos nossa musculatura teórica e nos enriquecemos com os nossos debates e compartilhamentos de ideias.
Ainda passeando pelos sentidos, demos espaço ao paladar e ao olfato com um saboroso lanche. Na sequência fomos todos parar em uma ilha deserta, tendo como companhia o sr. Wilson (quem não se lembra do filme Náufrago, interpretado por Tom Hanks?).
Tudo foi preparado com muito carinho, pela Equipe Gestora para todos os presentes, pois acreditamos que o fazer pedagógico também está nos detalhes, na acolhida, no olho no olho, na valorização do outro, nas trocas, no respeito, na humildade de que aprendemos e crescemos juntos.
Ao final, solicitamos que quem quisesse se colocar, comentasse o que foi mais significativo em relação a Reunião Pedagógica.
Foram muitos e positivos os comentários dos participantes, salientaram a importância de sermos um grupo coeso no tocante a concepção que se tem de educação, e do trabalho compartilhado, das trocas...
O profº Ricardo Pellegrini trouxe o quanto aprende e tem crescido com o grupo, com as discussões, com as trocas, com as formações e o carinho que ele sente por todos e sua alegria em fazer parte do CIEJA. (Sua fala resultou em um grande abraço coletivo de todos os presentes, momento lindo e emocionante!)
A profª Andreia Garcia comentou que muitas vezes se sente em uma ilha e que muitas vezes pede socorro aos colegas, à coordenação e que isso é reconfortante.
A profª Susen Covre falou sobre o seu trabalho e do olhar inclusivo que permeia sua prática que foi justamente a proposta da Reunião Pedagógica com as mais diversas linguagens.
A profª Rebeca, a mais nova integrante da turma trouxe uma fala muito interessante, dizendo "dá aquele quentinho no coração saber que estamos num lugar tão especial que é o CIEJA. Que alegria fazer parte disso! Obrigada por hoje, à vocês que prepararam tudo com muito amor e carinho!"
A profª Adriana Zenezi falou sobre o Currículo e sobre as escolhas que fazemos, fazendo referência aos itens da lista da Ilha Deserta. Quando escolhemos algo, deixamos também algo para trás... as escolhas permeiam o nosso trabalho e as nossas decisões o tempo todo.
A profª Gladis comentou sobre as formações no horário coletivo e os debates que se dão a partir das propostas e o quanto isso nos propõe crescimento.
A profª Larissa elogiou questionou a Equipe Gestora quanto tempo levamos para preparar tudo, pois percebia que tudo o que foi apresentado houve um cuidado e esse envolvimento lhe saltava aos olhos.
A nossa Diretora Patrícia Hypoliti respondeu que usamos tempo o suficiente para que tudo fosse preparado com muito carinho, porque nossos esforços não são medidos quando trabalhos com pessoas que nos são especiais. E retomou o gesto do grupo do abraço coletivo, o quanto isso foi significativo para nós após quase 1 ano e meio de trabalho.
O profº Douglas disse que chegou meio desanimado no início da manhã, acordar cedo em pleno sábado, pensar em 5 horas de reunião... mas que a cada encontro tem sido surpreendido de maneira positiva e que isso tem elevado a expectativa do grupo, o que acontecerá dessa vez? E hoje em especial, cada novo elemento que apresentávamos era uma surpresa, e motivava para a próxima. Apesar de ser avesso a dinâmicas, todas as que a coordenação vem propondo são surpreendentemente prazerosas e que o faz repensar em sua prática, que há a necessidade de modificações e isso tem mexido com ele.
A secretária Rosana Pinson comentou que há 1 ano e meio após nossa apresentação na Reunião de Conselho com a proposta de trabalho para a função, sua fala foi de que viesse uma gestão comprometida e que isso só se confirma a cada dia.
Um olhar interdisciplinar que olha para uma Educação Integral, Inclusiva e Equânime, pressupõe também um olhar holístico. Agradecemos a participação de todas e todos que abraçaram a nossa proposta da Reunião Pedagógica, envolvendo-se, colocando as mãos na massa, abrindo possibilidades para a conversão de olhares, para a escuta sensível, para o debate e aprofundamento teórico, pelo compartilhamento de sabores, por viajarem conosco para uma ilha deserta, por realizarem intersecções com o nosso fazer pedagógico. O ato de educar pressupõe uma relação com o outro, bom demais estarmos juntos nessa!
Cirley Pinheiro e Viviane Moreiras
Coordenadoras Pedagógicas
16/06/2018.
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