“Temos o direito de ser iguais
quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito de ser diferentes
quando a nossa igualdade dos descaracteriza. Daí a necessidade de uma igualdade
que reconheça as diferenças e de uma diferença que não produza, alimente ou
reproduza as desigualdades”.
Boaventura de Souza Santos
Iniciamos nossa JEIF ontem procurando aguçar nossas percepções e sentidos. Para tal trouxemos a linguagem cinematográfica:
EXIBIÇÃO DO CURTA: PA S S O - de Alê Abreu
Após a exibição do curta discutimos sobre as mais diversas impressões e conexões que a animação de Alê Abreu nos provoca, para alguns é inquietante, para outros revela um determinado momento de sua vida, houve quem dissesse que sentiu fazer parte do curta se colocando no lugar do pássaro na gaiola, se debatendo,mas com uma porção de ideias para sair da gaiola, já para mim é:
P E R T U R B A D O R!
Ao pedirmos que os professores procurassem fazer conexões com o curta e com a epígrafe de Boaventura que trata sobre o direito à diferença e a igualdade, partindo sempre do princípio da equidade, suscitou a questão das deficiências e a necessidade de possibilitarmos cada vez mais a inclusão.
Quando leio para além das
linhas...
Na sequência entregamos uma pequena ficha impressa em braille para que os professores tentassem transcrever a frase.
As dificuldades foram inúmeras, desde conseguirem entender de que lado começava a frase até a decodificação do que estava escrito. Mas com empenho todos conseguiram completar a atividade, a frase era a seguinte:
Antes de ter deficiência, sou gente!
Os professores descreveram suas sensações:
- Medo e Confiança;
- Pavor de esbarrar em algo;
- Os sentidos audição e olfato ficaram mais aguçados;
- Certeza de que estava passando por uma rua perpendicular, pois sentiu a corrente de ar que vinha pelo lado esquerdo.
Quantas vezes vemos algo mas de tanto ver não enxergamos? Como bem tratou Saramago: "...penso que não cegamos, penso que estamos cegos..." Para rompermos com a nossa cegueira, faz-se necessário olhar atento, escuta sensível para a multiplicidade presente em nossa escola. Pensarmos em atividades que contemplem a todos em sua singularidade não perdendo de vista a complexidade que nos constitui.
Por: Viviane Moreiras
Coordenadora Pedagógica
“Por
que foi que cegamos, Não sei, talvez um dia se chegue a conhecer a razão,
Queres que te diga o que penso, Diz, Penso que não cegamos, penso que estamos
cegos. Cegos que veem, Cegos que, vendo, não veem.”
— Ensaio Sobre a Cegueira, José Saramago.
Essa atividade foi muito interessante!No mundo em que vivemos é raro nos colocarmos no lugar do outro,e isso é essencial para setmos flexiveis e tolerantes!
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