Em 27 de Março, ocorreu a nossa 1ª Reunião Pedagógica de 2017. Iniciamos a Reunião dizendo que momentos como esse são de tamanha importância para nossa formação. Sabemos que as JEIFs também são espaços privilegiados para isso, mas as Reuniões Pedagógicas por ocorrerem apenas 4 durante todo o ano letivo, acabam tendo um gostinho todo especial de quero mais.
Entregamos uma pauta para cada participante e começamos a nossa reunião pedindo aos presentes que analisassem a seguinte imagem.
Quais eram as impressões?
Havia alguma identificação?
Logo obtivemos respostas como:
- A primeira imagem há um ponto centralizador, mas cada um vai para um lado.
Passando para a segunda imagem houve uma fala interessante:
- "Pra mim isso aqui são as panelinhas".
- Ainda há pontos centralizadores, mas não há unidade, cada um vai para uma direção.
E então a identificação com a última imagem, onde há uma unidade, ausência de um ponto centralizador, lembramos que remete a ideia de uma colcha de retalhos onde há a possibilidade de se agregar outros tecidos a essa malha, a essa rede.
É dessa forma que iniciamos esse trabalho, com o desejo de que constituamos nossa rede entre todos que fazem parte dessa escola: alunos, professores, funcionários da secretaria, da limpeza, estagiárias e equipe gestora.
Dando continuidade entregamos e lemos um texto:
O Menino que carregava água na peneira – de Manoel de Barros
Assistimos também ao vídeo: "Histórias da unha do dedão do pé do fim do Mundo" que complementa em poesia o texto.
Articulações de caminhadas...
A ideia era que ao som dos Tribalistas andássemos e encontrássemos um colega formando uma dupla para conversarmos, fizéssemos as questões apontadas acima, mas quando a música parasse, imediatamente deveríamos trocar de parceiro, mesmo que não houvesse dado tempo de fazermos todas as perguntas.
A integração foi tamanha tanto que sentimos a necessidade de ampliarmos um pouquinho a dinâmica e uma música não foi suficiente, nos permitimos então duas músicas para esse momento.
Ao término da dinâmica perguntamos quais sensações, sentimentos, prazeres e desconfortos permearam a cada um. Houve um mistura de emoções, enquanto que para uns foi bastante tranquilo, não se deixando preocupar com a interrupção contínua da música e consequente quebra/ruptura da conversa, para outros isso causou incômodo, pois havia necessidade de um tempo maior, pois queriam se aprofundar no assunto, no conhecimento que se estabelecia ali com o colega.
Comentaram sobre a possibilidade de em uma dinâmica como essa em um primeiro momento, haver a necessidade de selecionar/recortar algo para dizer ao outro em meio a complexidade das perguntas. Pontuaram também que os assuntos há maior fluidez quando possuímos afinidades, vínculos com o outro.
Nosso objetivo era o de refletirmos sobre o currículo, sobre suas marcas ideológicas, sobre o recorte que fazemos dele, sobre os tempos, vínculos e relações que se fazem na escola. Discutimos sobre os nossos fazeres, nossas histórias, nossos olhares, nossas concepções...
Caminhando para o terceiro item da pauta:
Indagações sobre o currículo: tecendo redes
Trouxemos essa Nuvem de Palavras, os professores observaram que nomes e sobrenomes se misturavam a palavras como flexibilidade, inclusão, processo, currículo cultura... Retomando o sentido de unidade/rede/tecido.
A proposta agora era a de que cada um escrevesse em uma tira colorida de papel uma única palavra que traduzisse sua concepção sobre currículo, para que pudéssemos construir em um mural a nossa própria Nuvem de Palavras. Confira as fotos abaixo dessa atividade:
O mais bacana foi a negociação entre os professores, a tentativa de encaixar/ligar/unir/ dar um tom interdisciplinar entre as várias concepções que ora se divergiam, ora se complementavam. Mas toda essa diversidade marca a nossa identidade e a vivacidade que o currículo precisa ter.
Nosso fazer sempre está permeado por um referencial teórico, desse modo julgamos importante lermos um trecho do Livro: Currículo, Cultura e Sociedade - Antonio Flávio Moreira e Tomaz Tadeu da Silva (Orgs.) - Capítulo 3 que trata sobre a necessidade ou não de se ter um Currículo Nacional por Michael Apple.
- A Política do Conhecimento Oficial: Faz sentido a ideia de um currículo Nacional? Michael W. Apple – pág. de 59 à 91
Assim como discutirmos e nos informarmos sobre o que a rede vem debatendo a respeito dessa temática, dado que em 03 de Março, SME promoveu um debate sobre a atualização do Currículo e Base Nacional Comum Curricular.
Participaram desse evento cerca de 800 educadores e estavam a frente da discussão a Profª Dra. Katia Stocco Smole, participante do movimento pela Base Nacional Comum. A profª Dra. Celia Maria Carolino Pires que discutiu a importância de um currículo para a cidade de São Paulo. E a Especialista Anna Penido que falou sobre o desenvolvimento integral e Letramento Digital.
Por fim, trouxemos alguns fragmentos do filme "O Leitor".
Apresentando questões fortes como moral, crimes cometidos pelos nazistas na 2ª Guerra Mundial, culpa e inocência, alfabetização, leitura, prazer, etc rendendo um debate bastante rico para nossa reunião.
CRITICIDADE,
IDENTIDADE,
COTIDIANO,
CULTURA,
NECESSIDADE,
COMPLEXIDADE,
VIDA,
PERCURSO,
SUBVERSÃO,
REFLEXÃO,
INTERDISCIPLINARIDADE,
SIGNIFICADOS entre tantas outras possibilidades...
Equipe Gestora